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Caso de Feminicídio que chocou o Cone Sul de RO chega ao fim: primos são condenados

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O julgamento do crime que chocou Cone Sul durou dois dias. Seis homens e uma mulher foram escolhidos para compor o júri 

Jéssica Moreira Hernandes, 17 anos, vítima de feminicídio no dia 20 de abril de 2017 (Foto: Divulgação)

Foram condenados a um total de vinte anos de prisão os acusados de matar a jovem rondoniense de dezessete anos, Jéssica Moreira Hernandes, após um ano e quatro meses de investigação e muitas reviravoltas no caso. O julgamento que iniciou na quarta-feira, 22, e terminou na noite de quinta-feira, 23, foi realizado no Fórum de Cerejeiras (RO), e levou a júri popular Ismael José da Silva (namorado da vítima à época) e Diego de Sá Parente (principal acusado e primo de Ismael).

Ismael José da Silva, condenado a um ano de reclusão e dez dias multa por ocultação do cadáver de Jéssica (Foto: Divulgação)

Durante os dois dias de julgamento Ismael, que respondia o processo em liberdade, chegou ao Fórum Criminal de Cerejeiras acompanhado da família. Por outro lado Diego de Sá, que está preso, chegou escoltado por agentes penitenciários. Como o caso é muito complexo, no primeiro dia o magistrado ouviu investigadores de polícia, testemunhas, informantes e o réu Ismael, que durante seu julgamento alegou inocência e culpou o primo. Já no segundo dia, no período da manhã, Diego foi interrogado e voltou a afirmar que quem matou a jovem foi Ismael, destacando que ele apenas ajudou a esconder o corpo.

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MP E ADVOGADOS

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Após todos os interrogatórios, o Ministério Público iniciou sua tese de acusação. Durante a defesa de Ismael José da Silva, a advogada que o defendia – Shara Eugênio de Souza – alegou que este “não participou do evento em nenhum momento, Ismael é inocente em tudo, na hora do crime Ismael estava no trabalho, não existe nenhuma prova que vincule meu defendido com o caso, nem de ocultação de cadáver, nós ainda vamos recorrer”. Com todas as provas e depoimentos prestados, e considerando a proporção de tempo que o julgamento tomava, o Ministério Público não foi à réplica do caso.

Diego de Sá Parente, condenado a dezoito anos por homicídio triplamente qualificado e um ano por ocultação de cadáver (Foto: Divulgação)

Mais de 24 horas depois do julgamento se iniciar a decisão do Tribunal do Júri foi dada: Diego de Sá Parente, sob a acusação de homicídio triplamente qualificado, foi condenado a 19 anos de prisão em regime fechado (um ano por ocultação de cadáver) sem direito a recorrer em liberdade, continuando encarcerado. Ismael José da Silva foi acusado e julgado culpado por suposta ocultação de cadáver pelo mesmo júri, recebendo a pena de um ano de reclusão e dez dias multa – podendo recorrer em liberdade.

PORQUE ISMAEL ESTÁ SENDO JULGADO PELO JÚRI POPULAR?

A última reviravolta sofrida pelo caso foi a petição do Ministério Público. Nela o promotor pediu ao Tribunal de Justiça que Ismael José da Silva, que tinha sido absolvido em um julgamento anterior pelo juiz de primeira instância fosse novamente julgado, desta vez, por um júri popular.

Durante aquele primeiro julgamento realizado no dia 08 de setembro de 2017, tanto Ismael quanto Diego, bem como várias testemunhas foram ouvidas pelo juiz que julgava o caso. Na ocasião provas também foram apresentadas. Diante de várias alegações, o juiz decidiu inocentar Ismael do crime, uma vez que muitas provas apontavam para sua inocência e desconhecimento da morte de Jéssica. Já Diego foi evidenciado como o principal suspeito do caso.

Com a absolvição de Ismael, o Ministério Público recorreu da sentença com uma apelação aprovada por unanimidade pela 2° Câmara Criminal do Tribunal de Justiça pedindo novo julgamento, já que as provas apresentadas não eram suficientes para comprovar que Ismael era totalmente inocente, e alegando que ele deveria ir a júri junto com Diego.

O primeiro julgamento, realizado em setembro após uma investigação exaustiva e várias versões do crime ser apresentadas por Diego e Ismael, houve apenas a pronúncia de Diego de Sá Parente. Uma série de provas como interceptação telefônica, imagens de câmeras de segurança e depoimentos foram usados para tornar válido – até então – o desconhecimento da presença de Ismael José da Silva no assassinato cruel da própria namorada.

APÓS O CRIME

Ismael e Diego durante sua primeira prisão e julgamento (Foto: José Manoel/Rede Amazônica)

Diego, Ismael e a esposa de Diego foram presos no dia do velório de Jéssica Moreira, sob a acusação de estarem envolvidos no assassinato da jovem. Posteriormente a esposa de Diego foi liberada por não haverem provas suficientes para que sua participação no crime fosse comprovada. Diego e Ismael ficaram presos depois que o Delegado envolvido no caso pediu a prisão preventiva de ambos até o primeiro julgamento, data em que Ismael José foi libertado e Diego acusado de ser o único a ter cometido o crime.

De acordo com o depoimento prestado pelos acusados na delegacia antes de receberem a prisão preventiva, Jéssica Moreira Hernandes foi assassinada cruelmente após um “teste de fidelidade” onde os suspeitos “comprovaram” que a jovem era infiel ao namorado. A participação de Diego no caso foi explicada por sua afeição pela jovem, que não era correspondida e gerou motivos para que ele ajudasse Ismael a matar Jéssica.

CRIME

Todo o Cone Sul se chocou quando um corpo encontrado na tarde do dia 24 de abril de 2017, na Linha 4, zona rural de Cerejeiras foi identificado como o de Jéssica Moreira Hernandes. Já em estado de decomposição, a jovem apresentava treze facadas, e seu corpo foi abandonado em uma lona na estrada. O requinte de crueldade usado pelos bandidos assustou não só os moradores locais como também a família, já que Jéssica era conhecida como uma moça doce e sem possíveis inimigos.

Jéssica Moreira Hernandes, 17 anos, assassinada cruelmente após um suposto “teste de fidelidade” (Foto: Divulgação)

Desaparecida quatro dias antes, Jéssica Moreira Hernandes de apenas 17 anos estampou os jornais, iniciando uma saga que terminaria com a prisão do namorado Ismael José da Silva e o primo de Ismael, Diego de Sá Parente, condenados há um total de vinte anos de prisão (19 anos para Diego, um ano e dez dias para Ismael).

A jovem que tinha uma vida toda pela frente, era amada pela família e cultivava muitas amizades na cidade de Cerejeiras saiu de casa em sua bicicleta pela última vez na manhã de quinta-feira (20) de abril de 2017, quando disse para a mãe que “logo voltaria”. Jéssica Moreira Hernandes nunca mais retornou.

 

Texto: Mizellen Amaral
Fonte: Folha de Vilhena
Fotos: Divulgação

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