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Homicídios aumentaram 117% em um período de quatro anos na cidade de Vilhena

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Segundo delegacia, presença de facções criminosas na cidade, bem como a instalação do Centro de Ressocialização Cone Sul, contribuíram para aumento.

O número de homicídios registrados em Vilhena (RO), a 700 quilômetros de Porto Velho, aumentou 117% em quatro anos, segundo dados da Polícia Civil. Enquanto em 2013 o município registrou 29 assassinatos, em 2016 foram 63.

De acordo com a Delegacia Especializada na Repressão de Crimes Contra a Vida (DERCCV), a presença de facções criminosas na cidade, bem como a instalação do Centro de Ressocialização Cone Sul contribuíram para o aumento.

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O pedreiro Paulo dos Santos, de 67 anos, explica que mora em Vilhena há 20 anos e que os números crescentes de homicídios assustam a população.

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“Vilhena era uma cidade muito tranquila. Quando morria gente matada, era uma grande surpresa. Hoje em dia a gente vê as notícias e já pensa: ‘mais um’. A bandidagem aumentou muito”, desabafa.

As estatísticas da Polícia Civil confirmam a fala de Paulo. Em 2013, a Polícia Civil registrou 29 homicídios; em 2014 foram 38; em 2015 58 vítimas; e em 2016 63 mortes. Comparando o ano de 2013 com o de 2016, o aumento foi de 117, 2%.

Além disso, os números mostram que os assassinatos continuam em ascensão. No primeiro semestre de 2017, a Polícia Civil de Vilhena registrou 30 homicídios. Desse número, quatro ocorreram em Chupinguaia (RO), mas como o município não tem delegacia, os casos são registrados e investigados em Vilhena.

Dos 63 homicídios registrados em 2016, quatro aconteceram em Chupinguaia, assim como em 2015, que dos 58 ocorridos também teve quatro no município vizinho. De 2014 e 2013, o número em relação à Chupinguaia não foi informado.

Quanto aos casos resolvidos, a Polícia informou que 28 dos homicídios de 2016 foram esclarecidos. Neste ano, dos 31 registrados, 13 foram esclarecidos. Contudo, os investigadores ressaltam que o número de crimes solucionados se mantém constante. Nos últimos meses, por exemplo, o setor desvendou cinco mortes ocorridas em 2015 e duas de 2016.

A última morte registrada na cidade no primeiro semestre deste ano foi de um adolescente de 17 anos, no dia 25 de julho. O caso está em investigação e o autor do crime ainda não foi identificado.

Facções

O delegado Núbio Lopes de Oliveira, titular da DERCCV, explica que as investigações apontam a presença de facções no município como um dos principais propulsores para o aumento dos homicídios.

“As facções criminosas disputam a dominância da criminalidade e ficam tentando eliminar o outro grupo. Eles têm uma rivalidade sanguinolenta. São duas principais facções que existem aqui. O tráfico é uma das vertentes para o domínio”, salienta.

Segundo Oliveira, as organizações criminosas determinam códigos da criminalidade, e os participantes se organizam em funções dentro do grupo.

“O objetivo de uma facção é manter o domínio do mundo da criminalidade; ditar as regras da criminalidade. Eles são o motor que move a prática do crime”, ressalta.

Penitenciária

O delegado titular da DERCCV ressalta que a instalação do Centro de Ressocialização Cone Sul, inaugurado no final de 2012 em Vilhena, com capacidade para 256 apenados, contribuiu para o aparecimento das organizações criminosas no município.

“Enquanto a gente tinha apenas a Casa de Detenção e a Colônia Penal, estávamos cuidando dos nossos filhos. Agora, estamos cuidando dos filhos dos outros. Isso nos vulnerabilizou”, diz.

Investigações concluíram que, mesmo de dentro do presídio, apenados envolvidos em facções ditam regras para o lado de fora. Foi o caso de um duplo homicídio ocorrido em março deste ano, no Bairro Cristo Rei. A Polícia Civil descobriu que um detento da unidade, que seria chefe de uma facção, determinou o homicídio.

“Partiu de lá, controlando os de fora. Nesse escalonamento dentro da organização criminosa, os bandidos querem mostrar lealdade para com os de lá de dentro, e assim, se tornarem fortes do lado de fora também”, salienta Oliveira.

Além disso, o delegado ressalta que quando ganham a liberdade, os presos voltam a integrar a sociedade e, muitas vezes, voltam a cometer crimes. Ele acredita também que, com a instalação da DERCCV, a Polícia Civil deve apresentar um percentual maior de resolução nos crimes.

“Com uma equipe voltada somente para os crimes contra a vida, conseguiremos dar uma melhor reposta para a sociedade e, assim, também combatê-los”, finaliza.

Celulares na cadeia

A apreensão de celulares no Centro de Ressocialização é recorrente. Em junho deste ano, cerca de 70 pacotes de com maconha, cinco celulares e três facas artesanais foram encontrados no presídio durante uma revista de rotina nas celas.

Antes disso, em maio, foram localizados pacotes com 39 aparelhos, 15 pacotes de fumo, 12 chips de celulares de diversas operadoras, oito carregadores de celulares, quatro pedaços de serra e uma porção de maconha.

No último mês de janeiro, uma operação organizada por agentes penitenciários com apoio da Polícia Militar (PM) encontrou mais 43 facas artesanais, cinco serras, 29 celulares com vários carregadores, uma arma falsa e um cartucho calibre 12.

No mesmo mês, um caso repercutiu nas redes sociais. Um preso de 19 anos, condenado por tráfico de drogas, postou uma foto no Facebook segurando uma faca e uma barra de ferro dentro de uma cela do Centro de Ressocialização Cone Sul.

Questionada sobre presos do Centro de Ressocialização que se comunicavam com o lado externo, a Secretaria de Justiça de Rondônia (Sejus) respondeu que: “A unidade tem adotado todos os protocolos de segurança no que se referem às revistas nas celas, revistas externas e a revista realizada na entrada da unidade, para coibir entrada de qualquer objeto ilícito”.

Fonte: Jonatas Boni / G1 Rondônia

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