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Quinta-feira, 28 de março de 2024 -





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Frigorífico anuncia fechamento e mais de 600 podem ser demitidos

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Trabalhadores lamentam decisão de fechamento da unidade, em Chupinguaia. Acordo foi firmado entre Justiça do Trabalho e empresa

mafrig

A unidade da Marfrig Global Foods, em Chupinguaia anunciou esta semana que irá encerrar as atividades na segunda-feira, 3 de agosto. De acordo com a Vara do Trabalho de Vilhena (RO), cerca de 650 funcionários podem ser demitidos da empresa. Os trabalhadores lamentam a decisão de fechamento e a prefeitura analisa estratégias de emprego na cidade.

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Daiane Santos Silva, de 18 anos, trabalha na área de inspeção do frigorifico há mais de um ano. Ela conta que os empregados estão em férias coletivas e preocupados com a demissão em massa. Outra jovem, de 23 anos, que não quis se identificar, atua na área de meio ambiente e diz que a demissão irá atingir drasticamente a economia da cidade.

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Charles Gonçalves, de 24 anos, fala do planejamento para o futuro. “Voltamos a trabalhar na segunda, quando deve ser feito o anúncio aos funcionários. É muito triste. O jeito vai ser ir embora da cidade, pois a cidade não compreende esta mão de obra”, enfatiza.

Um grupo de 22 haitianos também depende do frigorifico para sobreviver no Brasil e ainda enviar dinheiro para a família que ficou no Haiti. Eles trabalham na empresa há oito meses e a maior parte espera ser transferida para outras unidades do frigorífico no país. “Uns vão procurar outro emprego e outros esperam a empresa falar da mudança. Está difícil”, ressalta Maxo Teodoro, de 23 anos, que atua no carregamento.

Os haitianos explicam que o índice de desemprego no país de origem é muito grande, e que procuraram no Brasil uma vida melhor. O desossador Ludeve Formim, de 33 anos, ainda não sabe o que irá fazer. Já Junians Sineas, de 31 anos, que atua na mesma área, pretende continuar na empresa. “A vida é muito difícil no Haiti. Queremos trabalhar. Estou esperando a transferência”, enfatiza.

Propostas
Foram apresentadas duas propostas para os desempregados, que foi aceita pela empresa. Na primeira, serão disponibilizadas 102 vagas imediatas nas unidades de Rolim de Moura (RO), Tangará da Serra (MT) e Tucumã (PA). Neste caso, o frigorifico deve pagar um salário adicional, 30 dias de hospedagem em hotel e custear as despesas com a mudança.

A Vara do Trabalho de Vilhena realizou audiência com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do Estado de Rondônia (Sintra-Intra-RO) e representantes da empresa, nesta semana. “Nós tivemos três audiências. Inicialmente era para tentar evitar o fechamento, tanto que proibi liminarmente a dispensa, sob pena de multa de 50 milhões, mas foram apresentados os problemas econômicos da empresa, que  chegaram a essa decisão de fechamento”, explica a juíza do trabalho, Fernanda Antunes Marques Junqueira.

Na segunda alternativa, haverá rescisão do contrato de trabalho, com o pagamento das verbas rescisórias, mais a indenização de até três salários mínimos, a depender do tempo de trabalho na empresa. Além disso, o frigorifico deverá fornecer cesta básica mensal, até dezembro de 2015, e um curso de qualificação ao trabalhador. A empresa também deve dar preferência aos funcionários demitidos, dentro do prazo de um ano, caso haja nova contratação.

Motivo do fechamento
Em nota, a Mafrig Global Foods diz que o fechamento se dá “por motivos estratégicos e de reavaliação de negócio devido a pouca disponibilidade de matéria-prima na região e a ociosidade da respectiva planta. A Marfrig informa que avaliará a retomada das atividades tão logo as condições mercadológicas sejam restabelecidas”.

O prefeito da cidade, Vanderlei Palhari (PMDB), diz que o frigorífico representa 80% da economia de Chupinguaia, incluindo empregos diretos e indiretos. Ele rebate a justificativa da empresa, quanto a falta de matéria-prima na região. Segundo a Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril (Idaron), o rebanho do município é de 329 mil cabeças. Deste total, 311 mil são para abate.

“Chupinguaia é considerado a capital do boi gordo. O frigorífico nunca ficou um dia parado por falta de matéria prima. Creio que o fechamento se deva a outros problemas da empresa. Estamos avaliando os impactos e levantando estratégias para minimizar o desemprego na cidade”, enfatiza o prefeito.

Por: Eliete Marques / Do G1 RO

 

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