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Quinta-feira, 28 de março de 2024 -





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RN procura chefes de facções antes de tentar retomar controle de Alcaçuz

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Secretário disse que não permitiria mais confrontos entre criminosos.
Penitenciária da Grande Natal foi palco de matança no fim de semana

A Secretaria de Segurança Pública e Defesa do Rio Grande do Norte (Sesed) manteve contato com líderes de facções criminosas para tentar retomar nesta semana o controle da penitenciária estadual de Alcaçuz, na Grande Natal. O presídio, o maior do Estado, foi palco da matança de pelo menos 26 detentos no fim de semana. O secretário da Sesed, Caio Bezerra, disse que as facções foram informadas que a polícia não iria mais permitir confrontos entre criminosos.

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Uma delegada de Polícia Civil e um oficial da Polícia Militar comandam as conversas com criminosos. O objetivo é evitar que haja novos confrontos entre os integrantes das facções. “Nós os procuramos e dissemos que os conflitos tinham que parar, que não iríamos mais permitir confrontos dentro de Alcaçuz”, disse Caio Bezerra.

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“Sabíamos que existia dois grandes túneis nos pavilhões 1 e 2 do presídio e que havia possibilidade de fuga, que acabou evitada. Também definimos o método das transferências que foram realizadas nesta quarta”, completou o secretário.

Os policiais negociadores querem saber quais são os pedidos dos presos e avaliar a possibilidade de atendê-los. Um dos pedidos já é conhecido: os cinco detentos identificados como chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa paulista com ramificação em vários estados, querem ser transferidos para alguma penitenciária federal. O governo do estado já enviou ao Departamento Penitenciário Federal (Depen) a solicitação de transferência desses criminosos e de outros 13.

Os integrantes do PCC ocupam o presídio Rogério Coutinho Madruga, conhecido como pavilhão 5 de Alcaçuz. Dos outros quatro pavilhões de Alcaçuz, três abrigam integrantes do Sindicato do RN, facção criminosa que rivaliza com o PCC pelo comando de unidades prisionais e, principalmente, o tráfico de drogas no Estado. A delegada e o PM conversam com os chefes das duas facções.

A negociação com presos por parte da PM começou na segunda-feira (16), quando homens do Batalhão de Choque entraram em Alcaçuz e debelaram, por algumas horas, a rebelião iniciada na tarde do sábado (14).

Na terça (17), uma reunião entre Bezerra, da Segurança Pública, o secretário de Justiça e Cidadania (Sejuc), Wallber Virgolino, e outros integrantes do setor de inteligência do governo do estado decidiu que as negociações serão encabeçadas pelos dois policiais designados.

Na rebelião iniciada no sábado, celas e salas do Rogério Coutinho – uma das poucas unidades prisionais do RN que ainda estava em perfeito funcionamento – foram destruídas. Em Alcaçuz, essa destruição aconteceu em março de 2015 e desde então o presídio não tem grades nas celas. Os presos passam os dias soltos pelos pavilhões e pátios (veja como funciona o presídio).

Transferências e onda de violência
Nesta quarta-feira (18), 220 presos ligados à facção Sindicato do RN foram retirados de Alcaçuz e levados para a Penitenciária Estadual de Parnamirim, de onde detentos foram retirados para serem transferidos a outras prisões.

Inicialmente, o governo planejava fazer uma permuta e levar para Alcaçuz 116 detentos sem ligações com facções que estavam Parnamirim. A juíza corregedora responsável pelo presídio, entretanto, impediu. Com isso, esses 116 foram levados para a cadeia pública de Natal. A prisão tem capacidade para acomodar 216 presos, mas com a chegada dos transferidos de Parnamirim passa a abrigar 676.

Segundo a secretaria de Segurança, as transferências são uma estratégia para evitar novos confrontos entre as facções criminosas e uma fuga em massa. Bezerra, o titular da pasta, diz que além da informação sobre os túneis nos pavilhões 1 e 2, o governo soube que os detentos desses locais – ligados ao Sindicato do RN – tinham um plano “bastante avançado” de retaliação contra os presos do pavilhão 5, ligados ao PCC.

Durante as transferências, o estado passou a registrar uma onda de ataques, que se estenderam até a madrugada desta quinta-feira (19). Dezesseis ônibus, dois micro-ônibus, um carro do governo do estado, três carros da secretaria de Saúde de Caicó, duas delegacias e um prédio de uma secretaria de Saúde foram alvos de ataques. Não há informação sobre feridos. Os ataques ocorreram em oito cidades do estado.

Massacres
O Rio Grande do Norte foi o terceiro estado a registrar matanças em presídios neste ano. Nos dias 1 e 2, 56 presos morreram no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus.

Outros oito detentos foram mortos nos dias seguintes no Amazonas: 4 na Unidade Prisional Puraquequara (UPP) e 4 na Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoal.

No dia 6, 33 foram mortos na Penitenciária Agrícola Monte Cristo (Pamc), em Roraima.

O governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, classifica o massacre em Alcaçuz como “retaliação” ao que ocorreu em Manaus, onde presos supostamente filiados ao PCC foram mortos por integrantes de uma outra facção do Norte do país.

“Até hoje, nunca tinha havido um confronto dentro dos presídios entre PCC e Sindicato do Crime RN. Virou uma guerra. Começou no Amazonas, isso é uma retaliação. Essa briga não é do RN, é uma retaliação do que aconteceu no Amazonas, é uma vingança ao caso do Amazonas e aconteceu no meu estado, infelizmente”, lamentou o governador.

Na quarta-feira, o governo federal anunciou que as Forças Armadas vão fazer varreduras nos presídios para retirar celulares e armas, sem lidar diretamente com os presos. Amazonas, Rio Grande do Norte e Roraima já solicitaram o apoio.

Rebelião em Alcaçuz
Segundo o secretário Wallber Virgolino, da Justiça e Cidadania, a rebelião em Alcaçuz começou na tarde de sábado logo após o horário de visita. O secretário disse que os presos do pavilhão 5 – a maioria integrantes do PCC – quebraram parte de um muro e invadiram o pavilhão 4, onde há presos que integram o Sindicato do RN.

Na segunda-feira, os presos amanheceram em cima dos telhados dos pavilhões com paus, pedras e facas nas mãos, além de bandeiras com as siglas de facções criminosas. Por volta das 11h50, a Polícia Militar entrou na área dos pavilhões e os detentos desceram dos telhados.

Na terça (17) os presos voltaram a se rebelar. A Polícia Militar usou bombas de efeito moral e armas com munição não letal para conter os detentos. Eles seguem soltos dentro da unidade prisional, mas não há confronto entre as duas facções.

Além dos 26 mortos, o governo do estado confirmou que existe a suspeita de que haja mais corpos dentro da unidade e que o Corpo de Bombeiros fará a busca dentro da fossa. Sete corpos haviam sido identificados até a última atualização desta reportagem.

Fonte: G1

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