Bandido reagiu a abordagem, se apoderou da arma de um militar e executou o PM com tiro no olho. Comoção marcou chegada do corpo em Vilhena, onde residia a família do policial
O Cabo da Polícia Militar, Alexandre Aparecido, 36 anos, foi executado por uma marginal identificado como Kennedy Magalhães, durante uma abordagem policial no bairro Floresta, em Rio Branco, no Acre.
A informação é que a Polícia Militar do Terceiro Batalhão foi acionada para fazer uma abordagem na rua Parati e, no momento da abordagem, o homicida tomou a arma do policial e disparou contra o militar.
Alexandre Aparecido foi encaminhado para o Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb) pelos próprios colegas de farda na viatura, mas acabou falecendo.
O comparsa que estaria com o Kennedy Magalhães foi preso e encaminhado a Delegacia de Flagrante. Os dois estariam em um veículo Fiat Pálio quando receberam ordem de parada. No momento da abordagem, Kennedy teria tomado a arma do militar, segundo versão do comparsa Jonathan dos Santos, na delegacia.
Mesmo com um vídeo feito pela namorada do acusado,o pai de Kennedy, que é pastor evangélico da Assembleia de Deus, em defesa do filho, disse que Kennedy não estava armado e que o outro policial é quem teria disparado acidentalmente no colega de farda; mentindo de forma fria e calculista para proteger o infrator.
Especialista em segurança afirma que não houve erro em abordagem e nem na tentativa de imobilização de suspeito que atirou em PM
Imagens congeladas do vídeo que mostra a abordagem da Policia Militar no episódio que culminou com a morte do sargento PM Alexandre Aparecido, ontem, no bairro Floresta, em Rio Branco, mostra o momento em que o principal acusado pelo disparo, Kennedy Magalhães, pega a arma do coldre frontal do colete da vítima.
O ac24horas ouviu um especialista em defesa pessoal e no treinamento de policiais militares nos estados do Acre e Rondônia, Marcos Mustafa, para responder a questionamentos que continuam repercutindo pelas redes sociais, sobre erros na abordagem militar.
Analisando o vídeo que vazou pela internet, Mustafa afirmou que não houve erro na abordagem e muito menos na tentativa de imobilização de Kennedy Magalhães. ❝No momento em que o agente reage a uma abordagem legal, ele se torna em um elemento perigoso. Em qualquer lugar do Brasil e do mundo a reação seria a que se viu, ou seja, todos tentando imobilizar o meliante❞, explica Mustafa.
Marcos chama atenção para a reação dos militares que, mesmo fortemente armados, em momento algum utilizaram nem cassetetes, ❝mas simplesmente as mãos para evitar excesso na abordagem que a princípio seria simples❞, acrescentou.
O vídeo mostra que o braço esquerdo de Kennedy Magalhães era o último que faltava ser imobilizado. “O meliante agiu na oportunidade que viu a arma no coldre frontal do colete, ele estende o braço esquerdo com a intenção de tomar a arma e efetuar disparos”, comenta Mustafa.
O especialista chama atenção ainda para a atitude de Kennedy que, segundo Mustafa, para evitar a resposta com fogo (tiro) por parte dos demais agentes policiais envolvidos na operação, após o disparo contra os sargento, joga a arma que cai próximo de Alexandre já atingido e agonizando ao chão. “A intenção dele estava clara desde o momento em que reagiu a um comando legal”, volta a analisar.
Segundo representantes da Associação dos Militares do Acre, o sargento atingido era um dos melhores da caserna, obtendo primeira colocação em todos os cursos que fez. O tiro da pistola pode ter rompido a veia horta do sargento que morreu na hora.
❝Pessoas filmando a ação policial podem ter contribuído para a ação inesperada do meliante que se utilizou dessa situação para chamar a atenção, e ao que tudo indica preliminarmente, puxou a arma do sargento e efetuou um único disparo mortal❞, disse Joelson Dias, presidente da AME.
Da família do PM
O nobre e honroso Cabo da PM Alexandre Aparecido trabalhava em Rio Branco no Acre, mas todos os seus familiares residem em Vilhena, no Cone Sul do estado de Rondônia.
O militar ingressou na Corporação PMAC no dia 12 de novembro de 2009, e trabalhava atualmente no 3º BPM daquele estado.
❝Era considerado como excelente profissional por seus superiores, subordinados e amigos. Dedicou sua vida e morreu defendendo a sociedade Acreana❞, diz trecho da nota emitida pela Corporação da PM do Acre.
Alexandre era querido por todos e a família revelou que o Cabo da PM tinha paixão pelo trabalho em prol da sociedade, defendendo a sociedade do perigo e de criminosos truculentos que roubam e executam pais de família.
❝Saiu para trabalhar e não voltou,❞ disse a esposa do militar, que chora a perda do esposo que tanto amava.
Em Vilhena, comoção marcou a chegada do corpo do herói que no cumprimento da função foi morto
Por volta das 17 horas desta terça-feira, 16 de agosto, o corpo do militar Alexandre chegou ao aeroporto Brigadeiro Camarão, em Vilhena; onde diversas pessoas, policiais militares e bombeiros militares aguardavam para que fosse realizado o cortejo funebre.
Um caminhão do Corpo de Bombeiros e várias viaturas da Polícia Militar passaram por ruas e avenidas, entre elas a avenida Major Amarante e seguiram até a capela mortuária do cemitério Cristo Rei, onde ocorre o velório do policial.
Familiares e amigos se reúnem para prestarem suas homenagens e deixarem o último adeus à Alexandre Aparecido.
Do sepultamento
O corpo do militar Alexandro Aparecido do Santos, 36 anos, será sepultado em Vilhena, às 08 horas da manhã no cemitério Cristo Rei, localizado na avenida Melvin Jones.
Carlos Mont Serrate
Folha de Vilhena
