Jornalista afirma que em nenhum momento difamou a médica e que apenas lutou pelos direitos de seu cunhado, Rafael Euclides Bristotti Silva, de 20 anos, que morreu no Hospital Regional. Ainda segundo Ellen Donadon, a morte foi motivada por negligências médicas
A juíza de Direito Liliane Pegoraro Bilharva, da 1ª Vara Criminal de Vilhena, condenou a 08 meses de detenção em regime aberto além de multa, a jovem jornalista Ellen Donadon Lucena pela prática do crime de difamação. Porém, a Juíza substituiu a pena privativa de liberdade por prestação pecuniária ou de serviços à comunidade, conforme o link da decisão: Andamento do Processo n. 0003122-34.2016.8.22.0014 – Ação Penal – Procedimento Sumário – 22/05/2017 do TJRO.
De acordo com a denunciante, Ana Cleide Souza Silva do Amaral, médica plantonista do Hospital Regional de Vilhena, a jornalista Ellen Donadon utilizou-se da rede mundial de computadores, através do site em que representava denominado Noticiando Rondônia e da rede social Facebook para denegrir sua imagem como médica, após o paciente Rafael Euclides Bristotti Silva, de 20 anos, falecer em decorrência do agravamento de seu quadro clínico.
A jornalista teria postado textos falando sobre o caso e de certa forma, acusado a médica por negligência no atendimento ao jovem, que era cunhado. Ofensas estas, que foram proferidas na rede mundial de computadores, o que provoca disseminação em larga escala, além do fato de ter ensejado vários comentários de outros usuários, que acabaram por difamar a moral da doutora Ana Cleide.
Ana Cleide informou que, no dia 10 de abril de 2.016, o paciente Rafael Euclides Bristotti Silva deu entrada no pronto socorro do Hospital Regional Adamastor Teixeira de Oliveira, relatando mialgia, cefaleia e febre de 37,9º e que como o quadro não apresentava gravidade, solicitou exame de hemograma completo e receitou aos enfermeiros que aplicassem Voltaren e Dipirona, liberando o garoto em seguida.
Dois dias após isto, Rafael voltou para o pronto socorro e foi atendido por outros médicos, de plantão no corrente dia e que após o jovem relatar o que estava sentido, foi submetido aos atendimentos necessários e tentaram estabilizar o paciente, ocasião em que, Ellen Donadon invadiu a unidade de saúde portando uma máquina fotográfica e fez fotos dos documentos, como prontuário e prescrições médicas e ao ser informada da proibição de tal ato, a jornalista respondeu que a equipe médica estaria matando o jovem.
Rafael ficou sob os cuidados da equipe médica e devido o agravamento de seu quadro clínico, acabou vindo a óbito no dia 13 de abril de 2016.
Foi diante da morte de seu cunhado, que a jornalista noticiou o fato na imprensa, através do site de notícias, que na época, lhe pertencia e também, escreveu textos de cunho difamatórios nas rede social Facebook, ensejando diversos comentários contra a honra da médica plantonista, acusando-a de negligência no atendimento ao paciente e afirmando que está seria a causa morte de Rafael.
Ellen rebateu as acusações, afirmando que no dia dos fatos, foi até o pronto socorro para visitar seu cunhado e que ao ver que a medicação que estava sendo ministrada ao paciente era Dipirona, resolveu fotografar o prontuário médico, momento em que a doutora adentrou a sala e relatou que tal ato era proibido e que com isso, disse que Rafael iria acabar morrendo, uma vez que, segundo ela, o tratamento era realizado apenas com Dipirona na veia e afirma que tudo isso ocorreu, no calor do momento.
Agora condenada, Ellen Donadon disse que irá recorrer da decisão do Tribunal do Juri, pois, apenas agiu como cidadã e jornalista, fazendo o que podia para salvar a vida de seu ente querido, denunciando os fatos. Donadon afirma que irá provar na Justiça que não ofendeu a médica e que a morte de Rafael está sendo investigada pelo Ministério Público Estadual (MPE) e a Polícia Civil.
Ellen contou que lutou e lutará por melhorias na saúde para que casos como o da morte de seu cunhado não voltem a ocorrer.
Carlos Mont Serrate
Folha de Vilhena
