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Terça-feira, 19 de março de 2024 -





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Bené abriu o bico – Pimentel recebeu propina no exterior

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Benedito Rodrigues, o Bené, preso na Operação Acrônimo, afirma que governador de Minas e ex-ministro do governo Dilma recebeu R$ 7 milhões no exterior

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O empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, afirmou em delação premiada que o Grupo CAOA pagou R$ 20 milhões ao governador de Minas Fernando Pimentel (PT). Os pagamentos, segundo Bené, ocorreram entre 2013 e 2014, ano em que o petista deixou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para candidatar-se ao governo. Dos R$ 20 milhões, afirmou o delator, R$ 7 milhões foram repassados diretamente a Pimentel no exterior. O restante teria sido usado na campanha.
Bené está preso em Brasília, desde 15 de abril, apontado como o ‘operador’ de Pimentel. A ordem de prisão foi decretada pelo ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça, relator da Operação Acrônimo na Corte. O empresário teria falsificado provas para tentar ‘blindar’ o governador.
Bené fez delação junto ao Ministério Público Federal. São vinte anexos, cada um correspondendo a uma suposta irregularidade envolvendo não apenas Pimentel, mas também outros políticos. Um anexo é denominado ‘Evento CAOA’.
Para os investigadores, o relato de Bené mostra que Pimentel teria transformado o Ministério numa ‘agência de negócios’. Alterava portarias para atender pleitos de segmentos empresariais desde que fizessem doações para sua campanha. Cobrava também para ele próprio, disse o delator.
Bené e o petista já foram denunciados criminalmente, no início de maio, pela Procuradoria da República. A Pimentel, a Procuradoria atribui corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Na mesma acusação foram incluídos outros seis investigados, entre eles o ex-ministro Mauro Borges – sucessor de Pimentel – e o empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, dono da CAOA.
Nessa denúncia, a Procuradoria indica que Pimentel foi beneficiário de uma propina de R$ 2 milhões para favorecer a CAOA enquanto ministro – o petista ocupou o cargo de 2011 a 2014, no primeiro mandato de Dilma Rousseff. O caso, revelado pelo Estado, em outubro de 2015, foi investigado na Operação Acrônimo, autorizada pelo STJ.
Em sua delação, Bené afirmou aos investigadores que os R$ 20 milhões foram divididos em duas partes, acertadas na época em que Pimentel ainda ocupava a cadeira de ministro. Ele citou como envolvidos no esquema o empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, dono da CAOA, e o presidente do grupo Antonio dos Santos Maciel.
Segundo o delator, os primeiros R$ 10 milhões foram transferidos quando o então ministro atendeu a um pedido do grupo e promoveu alteração no mix de modelos de veículos autorizados pelo Programa de Importação Inovar Auto. Segundo Bené a CAOA iria importar uma série de veículos, mas eles ’empacaram’ e a Pasta dirigida por Pimentel tinha que fazer ‘uma troca do mix de modelos’, o que acabou ocorrendo.
Na denúncia levada ao STJ, em que aponta a propina de R$ 2 milhões, a Procuradoria da República sustenta que Pimentel editou portarias do Programa Inovar Auto, que concederam incentivos fiscais de R$ 600 milhões por ano ao Grupo Caoa. Segundo os investigadores, os primeiros atos do então ministro habilitavam a empresa no programa até 31 de março de 2013, permissão estendida até 31 de maio de 2014.
Segundo o delator, os outros R$ 10 milhões ao governador foram acertados – e pagos -, porque Pimentel atuou para garantir um benefício no pagamento de Imposto de Importação e de IPI do modelo IX 35, utilitário fabricado pela Hyundai. Por essa ‘concessão’, o petista teria pleiteado mais R$ 10 milhões, valor que, segundo Bené, foi pago.
O delator disse que, como encarregado da pré campanha e da campanha de Pimentel ao governo de Minas ele operacionalizou esses recebimentos. Por isso sabe de todos os detalhes sobre como foram realizados os repasses.
Parte do dinheiro, R$ 7 milhões, Pimentel recebeu no exterior, segundo o delator. Ele contou que a CAOA tinha ‘facilidade em pagar lá fora’ porque atua no ramo de importação.
Afirmou que houve um ‘acordo’ para a CAOA pagar no exterior tendo em vista ‘a facilidade’ que o Grupo tinha de fazer esse tipo de transferência fora do Brasil.
Parte do dinheiro para a campanha passou por uma empresa dele, Bené, a ‘BRO’.
Segundo ele, a grande maioria de outros recursos da campanha foi recebida de empresas que prestaram serviços para o petista. Toda a parte gráfica da campanha de Pimentel foi feita com volume ‘muito menor’ do que aquele que constava das notas fiscais emitidas pelos fornecedores – o que pode ter caracterizado subfaturamento e falsidade na prestação de contas, segundo os investigadores.

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