Motoristas devem ter atenção redobrada em horários de pico. Em média são registrados na cidade de 4 a 6 acidentes por dia
Diminuíram os números de acidentes no trânsito nesse ano em Vilhena, comparado aos anos de 2015 e 2016. Segundo o comandante do Pelotão de Trânsito, 2º Sargento Sanaik Portela Batista, são atendidos em média 4 a 6 acidentes por dia na cidade.
Conforme o levantamento da P-TRAN de Vilhena, nos últimos três anos foram registradas 2.450 lesões corporais no trânsito entre homens e mulheres, sendo 875 em 2015; 952 em 2016 e 623 em 2017. Já com mortes no trânsito, o ano de 2015 foi o que mais teve alta registrando onze mortes, em 2016 dez óbitos e 2017 com dois casos.
De acordo com o 2° Sargento Sanaik Portela em entrevista à reportagem da FOLHA DE VILHENA, a maioria dos acidentes de trânsito acontece, em parte, por questões comportamentais das próprias pessoas que estão dirigindo.
“Já registramos acidentes que em tese não era para terem acontecido, já que o local está bem sinalizado, seja com lombada, placas ou com faixa de pedestres, contudo eles vêm acontecer por falta de atenção. Muitas vezes, o acidente acontece quando o motorista está a 30 ou 40 km por hora”, conta.
Outro fator levantando pelo comandante e que contribui gradativamente para que aconteçam acidentes de trânsito em Vilhena é o rápido crescimento populacional nos últimos anos.
“A cidade de Vilhena cresceu muito rápido dos anos 90 para cá. Na época surgiram os bairros Jardim Primavera, Cristo Rei e Setor 20, lugares que não tinham nada. No início de 2.000, explodiu os loteamentos na cidade, e o poder público acaba não conseguindo atender toda a demanda de asfalto, sinalização ou toda a infraestrutura necessária para a mobilidade urbana” explica.
Os horários que mais acontecem acidentes de trânsito no Município são geralmente em horários que mais tem movimento, ou seja, pela manhã das 7h às 9h, das 11h30 às 14h, e no final da tarde a partir das 17h: “são os horários que mais tem fluxo de veículos nas ruas. Um dado interessante também é que no que retorno das chuvas aumenta o número de índice de acidentes de transito. Hoje 79% dos acidentes de trânsito envolvem motocicletas” afirma Sanaik Portela.
Faixa de pedestre
Na semana passada, uma mulher na cidade de Vilhena que não teve o nome revelado foi atropelada por um carro ao atravessar a faixa de pedestre para ir até a uma farmácia no centro da cidade comprar medicamentos.
Segundo o comandante, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) pune motoristas que atropelam pedestres na faixa e o mesmo passa a ser considerado um crime de trânsito e não mera infração, podendo responder na esfera penal por lesão corporal ou homicídio culposo com a agravante, caso o pedestre venha a falecer.
Multa por embriaguez ao volante
Atualmente o valor da multa para pessoas que dirigem embriagadas é de R$ 2.934,70, além da perda de sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). De acordo com o comandante, cerca de 190 pessoas foram notificadas nesse ano na cidade por dita infração.
Ainda segundo ele, se o bafômetro registrar de 0,04 até 0,33 g/l, os agentes de trânsito aplicarão uma multa. Já de 0,34 g/l adiante além da multa, o motorista é indiciado por crime no trânsito.
“Já fizemos a abordagem em um motorista e foi constatado por meio do teste de etilômetro que ele tinha 1.47 g/l, o que caracteriza um estado altíssimo de embriaguez” relata o 2º Sargento Sanaik Portela Batista.
Motoristas inabilitados e desatentos
De acordo com o comandante, ainda são encontrados durante as abordagens de trânsito feitas pela P-TRAN, muitos motoristas e motociclistas sem a Carteira Nacional de Habilitação. Além disso, conforme o comandante uso de celulares ou semelhantes ao volante é uma infração gravíssima e o motorista pode levar uma multa de R$ 293,00, perda de sete pontos no CNH.
Ações de conscientização
Antes de cada operação, a P-TRAN realiza antecipadamente estudos de ruas que mais possuem fluxo de veículos na cidade. Além dos trabalhos aplicados nas ruas também são feitos ações educativas em salas de aula. Também são feitas palestras educativas em órgãos públicos, instituições privadas e empresas, quando estas solicitam.
“Durante as ações educativas nas ruas, abordamos o motociclista e verificasse se a fivela está bem colocada, se a viseira precisa ser trocada ou se os motoristas estão usando o cinto de segurança, orientamos também para evitar o uso de aparelho celular enquanto dirige e o uso da cadeirinha caso estejam conduzindo crianças nos veículos”. detalha.
Todo ano a P-TRAN apoia a campanha Maio Amarelo, a Semana Nacional do Trânsito, além de realizar mensalmente palestras para as pessoas condenadas por crimes de trânsito.
Importante – A falta do uso da fivela nos capacetes pode gerar multas de trânsito segundo afirmou o comandante. A fivela bem ajustada fixa o capacete na cabeça do condutor evitando que escape em caso de acidente.
Multas em ciclistas e pedestres?
O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) publicou no dia 25 de outubro de 2017 no Diário Oficial da União, a resolução n° 706 do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) que pretende multar ciclistas e pedestres que andarem fora das áreas permitidas a partir de 2018.
O 2º Sargento Sanaik Portela, explicou que a resolução busca a padronização dos procedimentos administrativos na lavratura de auto de infração, na expedição de notificação de autuação e de notificação de penalidades por infrações de responsabilidade de pedestres e de ciclistas, mas ressaltou também, que alguns pontos deveriam ser reajustados antes de iniciarem as aplicações das multas, principalmente como fazer a identificação das pessoas, sendo na prática de difícil aplicação.
“Ninguém é obrigado a carregar documento de identificação. Uma pessoa só é obrigada a se identificar quando o policial pede, e se recusar em tese pratica uma contravenção penal. Além disso, as pessoas podem passar um dado falso. A resolução será de difícil aplicação’, destaca.
De acordo com a publicação no Diário Oficial da União, os órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito terão o prazo de 180 dias para se adequarem, segundo a resolução 706/17.
Tráfego de caminhões
Em vigor desde 2015 em Vilhena, a lei municipal nº 4.245 que normatiza o tráfego de veículos pesados no centro da cidade, autoriza segundo o sargento, que a prefeitura crie um terminal de carga e descarga na cidade, mas isso ainda demanda tempo.
Conforme o comandante, a P-TRAN atua de acordo com as ferramentas dadas pela prefeitura e pelo poder público referente ao tráfego de caminhões, como a “Lei e as notificações”.
“A prioridade é quando um caminhão, além de estar estacionado errado, ele está em frente a uma garagem ou quando são dois vizinhos que possuem caminhões e fecham a rua, aí não tem como, ligam para gente e temos que ir fazer a notificação”, conta.
Sanaik Portela conta que é importante existir a movimentação não só dos órgãos fiscalizadores, como também do Poder Executivo e Legislativo para aperfeiçoar a Lei e facilitar a aplicação.
Arrecadação
Atualmente, existe um convênio entre a P-TRAN e o município, na qual a prefeitura arrecada o dinheiro das multas de motoristas que estacionam em locais proibidos, dentre eles, vagas de idoso. Multas a motoristas que são flagrados sem cinto de segurança, também é revertido em ações para o Município. Desde o mês de setembro 393 pessoas foram notificadas por estacionarem em locais proibidos.
Novas tecnologias
A previsão é que para o mês que vem chegue à cidade, o radar portátil que ajudará na fiscalização do excesso de velocidade e talvez chegue também o CNH digital.
“A previsão é que até fevereiro de 2018, todos os DETRAN’s do país implantem a nova CNH digital”, finalizou o comandante.
Por Redação Fv – Abel Labajos
Foto: FOLHA DE VILHENA
