Marginais intitulam-se membros de facção criminosa e depredam patrimônios públicos e privados em Vilhena
A depredação do patrimônio tem se tornado realidade para as redes públicas de ensino e a fonte dos problemas está em todos os lados, inclusive, dentro das próprias escolas, com os próprios alunos, fato que não está sendo diferente na escola estadual Zilda da Frota Uchôa, localizada na avenida Benno Luiz Graebin, no bairro BNH, em Vilhena. Crimes comprovados através de fotos enviadas para reportagem na tarde de segunda-feira, 06 de março.
As consequências do vandalismo nas escolas públicas são visíveis já do lado de fora, no muro que rodeia a escola Zilda da Frota Uchôa, praticamente tudo está pichado; palavras de baixo calão, provocações e códigos de facções criminosas são o cartão de visitas da instituição.
Dentre as pichações nos muros residenciais, prédios públicos e privados, destacam-se os códigos e símbolos da facção criminosa denominada Primeiro Comando da Capital (PCC), como ❝Família 1533❞, que faz alusão aos crimes de roubo e tráfico de drogas.
Na parte de dentro das escolas públicas, mesas e cadeiras são quebradas, portas são danificadas, quadra de esportes são pichadas e o caos se instala. Crimes estes, tratados como ❝modinha❞ por alguns alunos que estão mais interessados em fazer das escolas, locais para uso de drogas e bebidas, do que para realmente estudarem. Nem mesmo os ônibus da rede pública escapam dos ataques dos infratores.
A direção da escola lembra que o vandalismo não deve ser combatido só dentro das salas de aula, mas, também, nos arredores das escolas, pois é muito comum que depredações como estas ocorram pelas mãos de quem está pelos lados de fora das instituições.
❝A falta de policiamento adequado durante a noite por exemplo, é o fator favorável para que os muros e portões amanheçam pichados ou quebrados. Durante o dia, o guarda e a Polícia Militar realizam rondas no horário de entrada e saída de alunos, mas à noite e nos fins de semana, os vândalos da rua e alunos revoltados, ficam livres para agir. Os diretores não vencem de tanto repintar os muros e portões, mas as escolas amanhecem emporcalhadas novamente,❞ alegou um professor que pediu para não ser identificado, por medo de represálias dos próprios alunos.
Segundo educadores e até mesmo alguns alunos, os ataques das últimas semanas, estão sendo cometidos por adolescentes que estão ingressando no mundo do crime, em facções criminosas como Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV), atendendo à ordens hierárquicas das organizações criminosas.
Conforme os relatos, os garotos que ingressam no PCC, por exemplo, são denominados ❝Novatos PCC❞ e eles tem por obrigação, cometer a depredação de residências, prédios públicos e privados, pichando os símbolos ❝Família PCC 1533❞, fazendo apologia ao crime organizado, demonstrando o interesse dos garotos em tornarem-se infratores.
Nas proximidades da escola em questão, é fácil encontrar muros residenciais pichados e inclusive com ameaças.
Os alunos dizem sentirem medo ao irem para escola, uma vez que, não bastassem as depredações, grupos de adolescentes comercializam drogas nas proximidades ou vão até à frente da instituição para promoverem brigas e badernas.
Ocorrências policiais quanto as pichações já foram registradas na Delegacia de Polícia Civil ao longo dos anos e até mesmo as secretárias de educação do Estado de Rondônia foram informadas, no entanto, os marginais demonstram não terem medo de descumprir as Leis e voltarem a depredar instituições.
Pais de alunos pedem atenção especial da Justiça, para que atos como estes, sejam combatidos e Leis mais severas sejam adotadas, para que as escolas voltem a ser locais de educação e respeito por parte dos próprios alunos.
Carlos Mont Serrate
Folha de Vilhena
