Foram 48 homicídios registrados este ano e famílias aguardam respostas.
“A gente só pede justiça”, diz pai de tatuador assassinado em setembro
Na noite de segunda-feira (3), dois adolescentes de 17 anos foram mortos a tiros no Bairro Cristo Rei em Vilhena (RO), região do Cone Sul. Com este caso, subiu para 48 os homicídios registrados neste ano no município, e as famílias das vítimas aguardam a elucidação dos crimes. No entanto, conforme o Sindicato dos Servidores da Polícia Civil (Sinsepol), os esclarecimentos têm demorado mais tempo, em virtude da falta de servidores na Delegacia de Polícia Civil da cidade.
Na quarta-feira (5), o motorista Antônio Sérgio de Freitas procurou a delegacia pela quinta vez em busca de informações que esclareçam o assassinato do filho, morto no mês passado. A vítima era um tatuador que foi morto a tiros enquanto jogava sinuca em um bar, no Bairro Cristo Rei.
“Infelizmente não tivemos nenhuma resposta até agora. O caso não foi elucidado. A gente tem vindo aqui, cobrado a polícia, mas a gente sente que a estrutura da polícia está muito precária. O sofrimento é muito grande. A gente só pede justiça. A pessoa que fez isso tem que pagar, mas para isso, ele tem que ser descoberta”, enfatiza Sérgio, no dia em que completa um mês da morte do filho.
De acordo com o representante regional do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil (Sinsepol) de Rondônia, José Dorival do Nascimento Santos, a falta de servidores tem prejudicado os trabalhos da polícia. Conforme o policial, o setor de investigação já teve 18 agentes, porém, atualmente só conta com dois investigadores.
No caso dos homicídios, José explica que desde 2011 a delegacia tinha uma equipe exclusiva para investigar os casos, com três policiais experientes, o que acabou em junho deste ano. Com o tempo, funcionários têm se aposentado ou saído da polícia, o que diminui as equipes de serviços.
Ainda segundo o representante, a média de elucidação de homicídios em Vilhena já chegou a 75%, média que deve cair em 2016. A solução definitiva para o problema é a contratação de funcionários através de concurso público.
“O nosso efetivo está no mínimo. O governo tem ciência das condições. Houve promessas, mas até agora não tem nada efetivo no intuito de organizar o sobreaviso e horas extras ou de contratar mais gente. No último concurso foram contratadas apenas 133 pessoas para o Estado inteiro, o que não resolveu o problema”, enfatiza.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação do governo do Estado, mas até o fechamento da matéria não tinha recebido resposta para os questionamentos sobre o aumento do efetivo.
Fonte: G1/RO