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Quinta-feira, 28 de março de 2024 -





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Novas tecnologias e manejo de doenças e pragas da banana incentivam produtores a retomar plantio na região Amazônica

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A banana é a fruta mais produzida em Rondônia e a segunda mais consumida no estado, e exerce grande importância na economia local. “A banana é fácil da gente trabalhar, se adubar e cuidar direitinho ela dá um boi por mês. Tem seis anos que eu planto a banana e melhorou muito a renda, a gente tira 26 mil por ano”, conta o produtor familiar Francisco Ferreira, do assentamento Joana D’Arc, em Porto Velho (RO). No entanto, problemas com doenças e pragas fizeram com que muitos produtores abandonassem este cultivo. “A sigatoka negra pegou todo o bananal e eu perdi tudo. Eu desisti. Mas se tiver como combater a doença vai ser muito bom pra nós, porque a banana dá uma boa renda pra gente”, comenta o produtor Pedro de Paula.

Dia de campo_banana_Foto_Renata_Silva_

O senhor Pedro e outros tantos produtores que tiveram problemas com sigatoka negra, mal-do-Panamá e pragas, como a broca gigante, podem repensar o cultivo de banana em Rondônia e região. Novas tecnologias e manejo destas pragas e doenças dão novo ânimo aos produtores. Após três anos de pesquisa, a Embrapa Rondônia conseguiu excelentes resultados, que já estão disponíveis aos produtores.

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pesquisador Jose Nilton apresenta as novidades aos produtores_foto_Renata_Silva_

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Dos 27 genótipos de banana testados em comparação com variedades tradicionais, três já podem ser recomendados aos produtores. Eles se destacam pela alta produtividade e pela resistência à sigatoka negra e ao mal-do-Panamá, duas das principais doenças que acometem a cultura, inviabilizando a produção em muitas áreas. São elas: a FHIA 18 (do grupo prata); a Thap Maeo (do grupo maçã); e a FHIA 17 (grupo próximo à nanica, ou nanicão).

Produtores tomam nota das tecnologias apresentadas_Foto_Renata_Silva

Resultados satisfatórios também já foram conquistados no manejo de doenças para variedades mais tradicionais, de maior aceitação por parte dos consumidores, como é o caso da maçã e da banana de fritar (banana-da-terra). Trata-se da utilização de fungicidas com aplicação mínima se comparada ao método tradicional. O pesquisador da Embrapa Rondônia, José Nilton da Costa, explica que para a sigatoka negra, por exemplo, se utiliza mais de 50 aplicações por ano, nesse novo método se faz seis por ano e não precisa utilizar equipamentos sofisticados, pois a aplicação é de forma localizada e em quantidades pequenas.

Essa prática já vem sendo utilizada por produtores que tiveram acesso ao método, que foi lançado pela Embrapa Amazônia Ocidental, mas tem mais novidades positivas “Nós, em cima desta metodologia, fizemos algumas adaptações, inclusive com outro equipamento de aplicação, de menor custo e mais prático, com excelentes resultados”, comemora José Nilton. O pesquisador da Embrapa Rondônia, Cléberson Fernandes, complementa: “O controle da sigatoka neste novo método reduz custos, aumenta a segurança para o produtor na pequena aplicação do produto, agride menos o meio ambiente e traz bons resultados para a produção de banana”.  É importante destacar que esse controle deve ser feito em bananais em implantação, não adianta pegar plantas já com sintomas, é preciso começar o manejo indicado no momento de instalação do bananal.

Ainda no manejo de doenças, a recomendação do pesquisador, especialmente para plantios das variedades de banana maçã – susceptível à sigatoka e ao mal do panamá –, o princípio do manejo é que o produtor utilize a muda micropropagada, ou seja, feita em laboratório, porque ela vem isenta da doença. Ela deve ser plantada em uma área onde não se cultivou banana, porque se cultivou banana e teve o mal do panamá, mesmo que coloque muda sadia, a doença vai atacar. Segundo José Nilton, o produtor tem fácil acesso às mudas micropropagadas em biofábricas.

Já no controle de pragas, especificamente a Broca gigante, praga importante na região, um método de controle inédito foi desenvolvido pela Embrapa Rondônia, com a aplicação de inseticidas biológicos e naturais (a base de Nim, inseticida natural que contribui no controle de insetos-praga e doenças em plantas) e químicos. “Fizemos testes e com excelentes resultados, tanto dos inseticidas, como do método de aplicação que foi desenvolvido por nós”, conta José Nilton.

Embrapa repassa tecnologias aos produtores em Dia de Campo de Banana

Todas estas novidades, tecnologias e novos manejos, foram repassados aos cerca de 150 produtores, técnicos e estudantes durante o Dia de Campo de Banana, realizado em 6 de maio, na área do Projeto Piloto do Reassentamento Rural Vida Nova da Usina Hidrelétrica (UHE) Jirau, localizado a 5 km de Nova Mutum Paraná – distrito de Porto Velho. Os participantes saíram do evento com novo ânimo para o plantio da fruta.  “O dia de campo é uma das melhores alternativas pra gente ter conhecimento, a gente conversa direto com quem faz a tecnologia. E a gente vai levar o que aprendeu para as mais de 140 famílias que moram lá nas agrovilas do assentamento que a gente mora”, comenta o produtor Juarez Silva, do assentamento Joana D’Arc.

Dos produtores que comparecem ao evento, alguns estavam satisfeitos com o plantio e queriam melhorar, mas a maioria tiveram os bananais muito prejudicados por pragas e doenças e desistiram do plantio, ou tinham interesse em conhecer melhor o cultivo para iniciar na atividade. Com as informações repassadas e a adoção das tecnologias e novos métodos recomendados, todos viram nova oportunidade de melhorar, iniciar ou recomeçar o plantio de banana para atender a grande demanda do mercado e melhorar a renda familiar. “Eu trabalho com hortaliças, mas quero plantar banana, porque a comercialização melhor e menor mão de obra que as hortaliças. A expectativa é melhorar a renda da família. O dia de campo foi muito esclarecedor e o experimento da Embrapa está muito bonito, estimula a gente a querer plantar”, afirma o produtor Admilson Menezes.

Mas, para melhorar ainda mais a renda dos produtores e promover mais giro de dinheiro advindo da banana na economia local, é preciso que os produtores estejam atentos às demandas dos consumidores. Para se ter ideia, em Rondônia são cultivados cerca de 7,6 mil hectares (ha) de banana, com uma produção de quase 79 mil toneladas da fruta e produtividade média de 10,2 kg/ha. São dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola – IBGE, na safra 2014/2015, que também aponta que os principais municípios produtores desta fruta no estado são Porto Velho, Buritis, Cacoal e Jaru que, juntos, responderam por 53,3% da quantidade produzida e por 51% da área colhida na precitada safra. As principais variedades plantadas em Rondônia são: banana-da-terra (banana de fritar), maçã, prata e nanica. Mesmo com a grande produção, ainda são compradas bananas do Acre, São Paulo, Bahia, Mato Grosso, Santa Catarina e Goiás, somando 4,8 mil toneladas adquiridas em 2015.

Apesar da grande produção de banana, Rondônia ainda compra a fruta de outros estados para abastecer, principalmente, os grandes supermercados e atacadistas. “Eu tenho 2 mil pés de banana plantados e nosso problema é o comércio, porque hoje a gente não consegue vender a produção para o mercado, só nas feiras livres. O mercado exige uma estrutura e qualidade que a gente ainda não consegue atender, mas que a gente tem que se juntar para conseguir isso. A venda da banana hoje significa muito na renda lá de casa, uns 2 mil reais por mês, essa média para mim e meus vizinhos, se conseguíssemos atender o mercado seria muito mais”, diz o produtor Juarez Silva.

Um dos grandes desafios para a comercialização da fruta, segundo o analista em socioeconômica da Embrapa Rondônia, Calixto Rosa Neto, é exatamente o que disse o senhor Juarez: que a produção de banana do estado atenda também estes mercados. Segundo o analista, os donos de grandes supermercados e atacadistas justificam a não aquisição local de banana devido à questão de qualidade e regularidade de fornecimento. Segundo eles, os produtores locais não atendem esses critérios, sendo necessário comprar de outros estados produtos que agradem seus consumidores. “É uma oportunidade que os produtores de Rondônia estão perdendo. É preciso investir em mais qualidade, tanto na produção, como no processo de armazenagem e distribuição deste produto”, afirma Calixto.

O Dia de Campo de Banana, realizado pela Embrapa Rondônia e Energia Sustentável do Brasil (ESBR – concessionária da UHE Jirau) e com a parceria da Associação local, Emater-RO, Semagric e Seagri, faz parte do Projeto Piloto de Áreas de Terra Firme da UHE Jirau e de seu Entorno. A importância deste projeto vai além do atendimento da comunidade local, pois a região de Porto Velho tem potencial para a produção de frutas como a banana e outras que tem mercado aberto em Rondônia e Acre, podendo beneficiar produtores, comerciantes e o consumidor, que terá acesso a um produto com qualidade e produzido localmente.

De acordo com Veríssimo Neto, gerente de meio ambiente e socioeconomia da ESBR, a parceria com a Embrapa foi feita há cinco anos e há dois já estão sendo repassando os resultados para a sociedade. “Já estamos colhendo os resultados do investimento feito em desenvolvimento de tecnologias e repassando isso aos reassentados e remanescentes da área do reservatório. O acesso a essas tecnologias e a novos métodos para o cultivo da banana vai fazer com que produzam mais, melhor e tenham um aumento na renda familiar e na qualidade de vida. Além disso, não atende só o público-alvo do projeto, pois são tecnologias que servem para todo o estado de Rondônia e toda a Amazônia”, conclui o gerente.

Durante o Dia de Campo de Banana, os participantes tiveram contato direto com os pesquisadores que estão desenvolvendo atividades com a cultura e tiveram acesso às novidades para a produção de banana, incluindo todo o sistema de produção, com destaque para as cultivares, práticas de manejo da cultura e o controle de pragas e doenças. As pesquisas que vêm sendo realizadas pela Embrapa Rondônia nesta área buscam desenvolver produtos com boa aceitação e potencial de desenvolvimento na região, oferecendo aos produtores cultivares e informações estratégicas para que possam melhorar a produção e, consequentemente, a renda.

 Fonte: Embrapa RO

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